FP.pt 2/2016 O novo ateísmo em discussão
Recentemente, cientistas, filósofos e escritores, como Richard Dawkins, Daniel Dennet, Sam Harris, Michel Onfray e Christopher Hitchens, entre outros, reanimaram o debate sobre o ateísmo com uma fúria não só anti-religiosa, mas com “um cariz quase religioso”, constata o filósofo português João Vila-Chã, em entrevista para a IHU On-Line. Mas será que o método científico de entender o mundo tornou a fé religiosa intelectualmente implausível? Mais: a ciência exclui a existência de um Deus pessoal, como sustentou Albert Einstein? A evolução torna indigna de crédito toda a ideia da providência divina? A vida e a mente podem ser reduzidas à química? Podemos continuar a afirmar plausivelmente que o mundo é criado por Deus ou que Deus realmente quer que os seres humanos estejam aqui? É possível que toda a complexa padronização que ocorre na natureza seja simplesmente o produto do acaso cego e da necessidade física? Numa era da ciência, podemos crer sinceramente que o universo tem um propósito? As perguntas são de John F. Haught, da Universidade de Georgetown, que concorda com a ideia de Alfred North Whitehead de que o futuro da humanidade e da civilização depende de encontrar-se uma concordância entre a ciência e a fé.
FP.pt 1/2016 O novo ateísmo militante
O novo ateísmo ou ateísmo militante é uma expressão nova a designar uma realidade nova. Hoje assistimos a uma viragem. Já não se trata dum ateísmo de matriz filosófica, mas dum novo ateísmo alimentado pela referência ao discurso científico. Depois dos “mestres da suspeita” (Marx, Nietzsche e Freud), hoje é a vez do neodarwinismo e das neurociências de fornecer argumentos a fim de que se acredite que Deus não existe.